domingo, setembro 19

Resenha Sun Rock Music Festival 2010

Antes de começar a tecer comentário sobro o último festival (sun rock music festival), quero deixar claro que o Farofa Underground não tem nenhum vínculo com a produção/ organização do evento, e as opiniões colocadas são de um mero fã de rock/heavy metal.
Um ponto que queria enfatizar e com apoio total as bandas Shock e Unidade Móvel, ambas as bandas paraibanas que que estavam dentro da programação do primeiro dia do festival, que segundo foi passado pela produção, ocorreu um problema técnico e que ambas não tocaram, sendo relocadas para o segundo dia, e por conta disto ambas as bandas decidiram não tocar no sun rock. Foi uma falha enorme ocorrida pela produção/organização e que devem ser corrigidas para que não voltem a ocorrer, pois foi falta de respeito com as bandas locais, que no meu ponto de vista deveriam ter seu espaço reservado no festival. Mas como já dito, este foi o primeiro e que os erros surgem para aprendermos e fazermos o possível para que não ocorram novamente.
Dia 11/09 Primeiro dia.
Segundo a programação do evento, os portões seriam abertas as 15h com o inicio dos shows às 16h30min. Porém eu cheguei ao Estádio Almeidão às 19h, entrei tranquilamente pelo portão das arquibancadas, achei que estava muito tranquilo para um megaevento, e realmente estava, algumas pessoas estavam do lado de fora tomando uma, e poucas estavam já ocupando a arquibancada e o tablado no gramado, mas com o passar do tempo os lugares foram sendo ocupados e o tablado foi virando um grande formigueiro. Realmente me surpreendi com o tamanho do palco principal, era realmente uma megaestrutura que estava montado no gramado. Após quase duas horas de atraso, escutando apenas o passar do som do Scorpions, surge à banda Cachorro Grande, Rio Grande do Sul. Realmente foi um show extremamente chato, o som estava abafado, pelo menos ouvindo da arquibancada, e não se entendia muito do que o vocalista dizia ou cantava. Poucos, realmente poucos, curtiram o show deles, de longe vi apenas uma meia dúzia pulando e curtindo o show deles, mas quando deram tchau, muitos aplaudiram.
Assim que o som do cachorro grande foi desligado, o show do Scorpions começou, levando cerca de 20 mil pessoas ao delírio. O show teve uma duração de cerca de uma hora e meia, tendo como abertura a musica do novo álbum “Sting In The Tail”, além das músicas do novo algum eles tocaram clássicos como “The Zoo”, “Bad Boys Running Wild”, “Holiday”, e ao final o guitarrista do Sepultura Andreas Kisser subiu ao palco para tocar a música “Big City Nights”. O som estava perfeito, e o telão de Led ao fundo mostrando vídeos e efeitos com uma big produção.
Obs.: A banda Sonzera Rock Band (RN) tocou quatro músicas depois que abriram os portões, mas quando cheguei já tinham tocado.
Dia 12/09 Segundo dia.
No segundo dia teve alguns pequenos problemas com o público, pois foi anunciado pela produção que quem foi ao show do Scorpions poderia entrar no show apresentando o canhoto do ingresso, pois não tiveram a programação completa do mesmo. Muitos que compraram o s dois dias antecipados, como eu, ficaram um pouco irritados com isto, e muitos ficaram questionando se iria ter reembolso deste dia, mas em fim, erros acontecem, e estão ai para serem corrigidos para o próximo.
Eu entrei no estádio as 17:30 e a primeira banda Terra Prima (PE) estava tocando no palco 02, porém não posso dizer muito porque não conferi o show deles, mas a última musica que ouvi deu para perceber que a banda tem um grande potencial e profissionalismo. Assim que a banda se despediu com poucos segundos a banda carioca Matanza subiu ao palco principal com o seu country/ Hardcore, onde foi formado um big “Circle Pit”. No repertório constaram musicas clássicas da banda como “Ela Roubou meu caminhão”, “Pé na porta e soco na cara” “Interceptor V6” a músicas do seu último trabalho como “Eu não gosto de ninguém”. A banda tem seus admiradores e fizeram muitos cantar as músicas junto a eles.
Neste segundo dia realmente estava “toma lá dá cá”, pois ao final do show do Matanza os Paulistanos da banda cover oficial do Iron Maiden Children Of The Beast subiram ao palco 02 em poucos minutos, trazendo aos fanáticos do Heavy Metal clássicos da banda como “Iron Maiden”, “The Phantom of the Opera”, “Fear Of The Dark”, “The Trooper”, “The Number Of The Beast” e muito mais. A performance da banda realmente é bem parecido com os seus ídolos e são bastante carismáticos, tendo até a presença do mascote Eddie. O que realmente me chamou foi o tom da voz do vocalista ser muito parecida com o do Bruce Dickinson. Em seguida os também paulistanos Angra trazendo o Metal Melódico a segunda noite. A banda estava lançando seu sétimo trabalho de estúdio, que marca a o retorno do baterista Ricardo Confessori , intitulado “Aqua”. Para os fãs do gênero foi uma bela apresentação onde além das musicas do novo álbum, a banda tocou clássicos como “Rebirth”, “Angels Cry”, “Nothing To Say”, “Carry On”, “Nova Era”, e muito mais. Em baixo de chuva, o guitarrista Kiko Loureiro não deixou o publico só, fez seus solos longe da cobertura do palco principal. O show teve uma duração de uma hora e meia.
As dez pras dez a banda principal e mais esperada da noite subiu ao palco principal. Os mineiros do Sepultura introduziram o show com a musica de seu último trabalho “A-Lex I” e “Moloko Mesto” sendo seguida pelo clássico “Arise”. O show do sepultura realmente surpreendeu a todos, inclusive aqueles que são radicais e consideram a banda com os fundadores Cavalera, mas realmente eles trouxeram o seu melhor thrash metal, fazendo muitos baterem cabeça. O show foi repleto de clássicos da banda, como “Roots Bloody Roots”, “Ratamahatta”, “Territory” e até musicas do “Bestial Devastation”.
A produção compensou o segundo dia sendo realmente perfeito, todas as bandas da programação tocou, com um som perfeito, e como já dito, ao fim de cada show, já começava outro no palco auxiliar, e até mesmo na troca de Angra para Sepultura. Como já dito, espero que o próximo sun rock seja perfeito, e que os erros cometidos neste primeiro evento, seja corrigidos no próximo.

Por: Victor HC Brasileiro



Entrevista Children Of The Beast

Children of the Beast, a banda brasileira cover do Iron Maiden reconhecida pelo próprio grupo inglês, se apresentou no Sun Rock Festival, em João Pessoa/PB, nos dias 11 e 12 de setembro. Conversamos com alguns integrantes a respeito da carreira e do grande reconhecimento por parte do público.

Como surgiu a ideia de criar uma banda cover do Iron Maiden?

Piotr: A ideia surgiu da vontade de ver as músicas que eu tanto gostava ao vivo. Como na época o Iron Maiden raramente vinha ao Brasil, eu comecei a querer tocar as músicas e encontrei outros caras tão fãs quanto eu dispostos a fazer o mesmo.

Sérgio: Foi bem natural. O primeiro clipe que vi do Maiden foi “Aces High” e fiquei hipnotizado. Pensei: “Um dia quero ser como esse cara”... Aí começava a cantar e a imitá-lo em casa. Depois vieram as bandas de escolas com amigos e estamos aqui até hoje.

A ideia inicial era atingir o reconhecimento que a banda tem hoje?

Piotr: De jeito nenhum! A ideia inicial era tentar tocar as músicas o mais fielmente possível, e, se desse para fazer uns shows, ótimo. O “sonho” era poder entrar em uma van com a banda e equipamentos e fazer um show fora de São Paulo. Pelo jeito, conseguimos muito mais do que isso.

Sergio: Bom, primeiramente é com muito orgulho e satisfação que recebemos a informação de sermos o Cover Oficial do Iron na América Latina segundo a própria Donzela. É um trabalho que reproduzimos há muito tempo (17 anos). Acho que a estrada é onde aprendemos e melhoramos. Já tocamos em várias cidades, com muitas personalidades da cena nacional e internacional inclusive em jams sessions com Andre Matos, Shaman, Hangar, Angra, Kiko Loureiro, Hugo Mariutti,, Aquiles Priester, Paul Di’Anno, Roy Z, entre outras feras. Nunca pensamos que iríamos chegar tão longe, pois encarávamos como um hobby, uma curtição apenas, mas hoje em dia somos muito procurados e pensamos agora como uma banda, um trabalho de verdade e levamos nosso tributo reproduzido com total fidelidade a todos os fãs do Maiden.

Com tantas mudanças no line up, o grupo pensou em parar em algum momento?

Piotr: Isso nunca. A paixão pelo Iron Maiden é maior do que qualquer integrante que entre ou saia da banda. A banda já tem uma identidade própria, independente de quem toque nela. Claro que com o passar dos anos, o reconhecimento e tal, os músicos que entravam eram cada vez melhores, e hoje estamos com a nossa melhor formação, com certeza.

Sergio: Nunca, pois os fundadores da banda estão até hoje, os verdadeiros pilares do grupo continuam. Piotr que a criou em 1993, e depois com a minha chegada em 99, e logo após o batera Eric Claros. A banda passou por muitas formações e agradecemos todas as pessoas que passaram pela família Children. Foram “anos dourados” para nós. São 17 anos tocando Maiden.

Como foi feito o primeiro contato com o Iron Maiden?

Piotr: Bom, todas as vezes que eles vinham ao Brasil eu ia nos hotéis e ficava à espera de algum integrante que aparecesse para tentar trocar uma idéia. Também em viagens ao exterior sempre os caras me viam por ali enchendo o saco (risos). Mas em 1996 acho, eu e um outro integrante original da Children ficamos hospedados no mesmo hotel que a banda, e conhecemos todos lá dentro, inclusive o empresário Rod Smallwood, que simpatizou com a gente e nos colocou para cantar a música “Heaven Can Wait” ao lado do mestre Steve Harris, e depois de volta ao hotel, fomos reconhecidos e ficamos no bar com a banda tomando umas e dando boas risadas. A partir daí, nos encontramos todas as vezes que eles se apresentam por aqui e em turnês fora do país também.

Como ocorreu a situação em que o Nicko McBrian usou a bateria da Children of the Beast?

Piotr: Isso foi em um workshop que ele fez na Cultura Inglesa, onde ele usou essa bateria que temos hoje, só que uma versão reduzida dela, para mostrar algumas técnicas a alguns poucos e felizardos fãs (eu estava lá, claro), e após alguns anos, nosso baterista Eric Claros acabou adquirindo essa bateria, agora numa versão completa, e é a que usamos hoje nos shows.

Recentemente, a banda divulgou um comunicado sobre a confusão que o apresentador Fausto Silva causou. O que aconteceu e quais foram as consequências?

Piotr: Ah, não foi nada demais. Ele errou a pronúncia do nome da banda. Ao invés de falar Children of the Beast, ele falou Children of the Best, só que repetiu isso várias vezes, então recebemos muitas mensagens criticando ele, mas até que foi bom, para firmar bem em todos o nome da banda. Foi um assunto muito falado na época por todos os fãs de Iron Maiden.

Sergio: Na verdade ele trocou o nome BEAST por best, só isso. As consequências foram um tanto quanto engraçadas e conturbadas de certa maneira, pois teve gente que se aproveitou disso. Mas isso é outra história.

Em 2011 o Iron Maiden deve voltar ao Brasil uma vez que o próprio vocalista, Bruce Dickinson, declarou no show do Rio de Janeiro que tinha essa intenção. Existe a possibilidade de vocês abrirem os shows da turnê no país?

Piotr: Não, nenhuma. Primeiro porque somos uma banda cover, sem intenção de ter uma carreira própria, com músicas autorais e tal. E depois porque os próprios integrantes não gostariam de ter alguém tocando as musicas deles antes deles entrarem no palco. Mas eles podem ir assistir a gente tocar em algum bar em um dia de folga ou após o show, como aconteceu da última vez que estiveram aqui, onde toda a equipe de produção do show e a filha de Steve Harris, Lauren Harris, que estava abrindo os shows, assistiram uma apresentação nossa no Manifesto Bar, em São Paulo.

Além de “The Number of the Beast”, que música a banda não pode deixar de tocar nos shows?

Sergio: “Hallowed Be Thy Name” e “Run to the Hills”.

Piotr: Ah, “Fear of the Dark” é sempre pedida, “The Trooper” não pode faltar, “Wrathchild”, “Iron Maiden”, “Run to the Hills, são tantas.

Qual é o melhor álbum do Iron Maiden na opinião de cada um?

Piotr: Gosto muito dos dois primeiros, com o Paul Di’Anno, onde a banda era bem crua e natural, e, depois, com Bruce, meu preferido é o Powerslave e o Live After Death.

Sergio: Como vocalista, acho que o máximo de técnicas do Bruce está no Piece of Mind, mas gosto de todos os álbuns e se você reparar existe uma diferença vocal em todos os discos, e a principal mudança, explorando um estilo diferente, já acontece em "No Prayer for the Dying".

Agradecemos pela entrevista e deixem uma mensagem para os fãs. Esse espaço é de vocês.

Piotr: Obrigado a todos por esses anos todos de apoio, de shows lotados, de mensagens de carinho, e de contato com os fãs/amigos que fizemos na estrada tocando aquilo que mais gostamos e é ainda melhor compartilhar essa emoção com vocês. Continuem indo nos shows, nos prestigiando, pedindo músicas, porque estaremos sempre em viagem para tocar em todas as cidades que tiverem fãs do Iron Maiden querendo nos ver.

Fonte desta matéria: MS Metal Press

Sergio: Digo que brincamos de “bancar” nossos ídolos. É um trabalho de interpretação que fazemos com muito tesão e dedicação e que só persiste por causa do público que é parte fundamental disso. Valeu galera! Nos vemos na estrada!
UP THE CHILDRENS! UP THE IRONS!